Resgatando o sonho depois do amanhecer
Querido, eu previ que você se comportaria daquela maneira. E com uma vidência quase mediúnica previ que você falaria aquelas frases desconexas.
Você me suga, inconsciente, não é sua culpa (eu sei). O sol entra descontrolado pela janela do meu quarto. Eu queria uma cortina pra barrar toda essa imponência do astro-pai. Tão seguro de si, invade todos os cubículos, e impõe a luz amarela na minha mente, me despertando feroz do sonho em que eu te possuía.
Me recomponho e saio pra comprar pão.
O sol me banha de luz e calor a força. A cada raio amarelo-ouro meus pensamentos se amortecem. Ainda que eu prefira continuar no escuro, protegida da claridade. Me expor ainda é sinônimo de dor.
Porém esqueço. Esqueço a noite e meu sonho.
Em breve estarei bronzeada. Iluminada! Eu sei que vou gostar do sol
Em breve sairei do umbral diário
Em breve não haverá vidro fumê, nem cortina, nem protetor solar.
Sua presença não vai me deixar insegura, vou gostar de você, querido, sem arrependimento. Vou ser praia, mel e piscina. Vou ser alegria, areia e mar. Meus obsessores cairão ao verem o dourado que me envolve.
Um dia, um dia. Hoje não! Só vou sair pra te encontrar depois das 6
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