sábado, 26 de março de 2016

zeitgeist

Da gênesis ao caos. O que mais ainda resiste, além de seus versos a lápis no fundo da minha gaveta?
Temo já ter experimentado tudo. E o que conhecerei, doravante, serão apenas versões menores de tudo o que já senti.
Diariamente, preocupo-me com um par de olhos azuis e com a linha tênue que divide a nostalgia saudável do... saudosismo anacrônico.
Tem o homem de render-se aos ideais de sua era?
Há séculos, o transcendente deixou de me confortar. Deu lugar à suprema razão. Render-me-ia à utopia… Lá estava, iluminada pelo sol, a ponto de avistar a silhueta do progresso...
Quando me flagrei nua.
Carente de quaisquer arquétipos. Convivo, a partir de então, com a multiplicidade vazia. Afogo-me, indecisa, na falsa profusão de possibilidades. Relativizo meus anseios pela desconstrução de valores, anestesiada pelo seu perfume agridoce em minhas mãos.
À espera do retorno ao aconchego arcadista e ansiosa por seu olhar - contido - de aprovação.
Enquanto isso, sacio-me com o hiato da contemporaneidade relendo seus versos puídos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário