1975: Aprecio o silêncio. Na minha prosa tímida vou soltando minhas frases prontas num assopro. Dou uma pequena volta em torno de mim. Rodando, assoprando, saltando.
Desentendendo
1979: Desacredito no Silêncio. Sem essa... Nos romances que eu lia ele era capaz de dizer tudo. Na minha boca o Silêncio nada faz, exceto anestesiar minha língua. Quieta, entendiada.
Qualquer coisa
A imagem que eu passo duma garota incapaz de contestar, que só obedece - O Silêncio foi cúmplice nessa construção errônea- Noite torta... tento em vão resgatar o que não foi dito. Lambendo o chão procuro palavras caídas, palavras censuradas. Acho toda sorte de vocábulos, palavras que pais não ensinam aos filhos, mas chega, desisto. O Silêncio que me esqueça, num dia qualquer aí. Se quiser me deixar, que me deixe. Qual o quê. Porque quando O Silêncio resolver fazer isso, minha boca já terá pronunciado tudo que eu queria.
Mesmo que por meio de uma caneta e um papel.