O desejo violento estava quase adormecido. Estava certa disso.
Ele me olhando por cima do livro naquele corredor, ah, mas pelo menos ele sabe disfarçar, coisa que você nunca aprendeu, dalila.
Ultimamente venho vivenciando uma resistência artificial diante tantas saudades.
Saudades de coisas que nunca aconteceram - moral kantiana-
Te saboreio ainda, secretamente... Até que uma memória chega e me remete à sua falta de modéstia.
Você é um ridículo. Mas, fraca que sou, me identifico em cada frase que sua boca pronuncia, em cada acorde que você toca naquele bar da asa norte.
Eu assumo que meus sonhos são misantropos, meu som de lua só toca o que você ouve. Só leio livros que convém ao seu humanismo
Sou manipulada,
desesperada.
Mas minha criticidade continua sendo meu melhor álibi. Contra a cultura. Contracultura. E você... você é muito burguesinho pra mim.