quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Elegia à morte do desejo

Preferíamos crer na completa eternidade de nossa soberania
Conduzíamos, inocentes, a navegação nas águas do arbítrio.
Senhores de si em cada alvorecer,
afirmativos do devir,
lúcidos no limbo,
gozadores do mistério noturno.

Nossos arquétipos também escorregavam - na mais perfeita harmonia.

Mas ela estava por vir:
pesarosa e viril, usurpou cada centímetro
aplicou, determinada, seu golpe derradeiro. Em um movimento quase digno de comiseração, não há sangue, nem lança.
Há promessa!

Agora, em luto suplicante, seguimos:
submetidos ao dissabor
orgulhosos do pesar,
(sobre)vivemos reconfortados pela promessa de um paraíso vindouro, t-a-l  q-u-a-l aquele que a morte acabara de levar.

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